quarta-feira, 5 de junho de 2013

Depoimentos sobre experiências com leitura e escrita


CLAUDINEI CAMOLESI

A leitura na minha vida começou um pouco tarde, apenas no meu processo educativo, pois meus pais por serem pessoas humildes (oriundos do campo) não foram alfabetizados de maneira significativa, sendo assim a leitura em casa se resumia em cartas enviadas pelos parentes distantes. Sobre essas cartas tenho diversas lembranças, porque foi através delas que comecei a compartilhar a minha escrita fora do ambiente escolar. Ainda hoje tenho em mente os momentos que a minha mãe me chamava para escrevê-las.
Depois o tempo foi passado e comecei a ter contato com diversos livros literários, como o ditado popular diz: "O primeiro amor a gente nunca esquece" também posso dizer isso do primeiro livro que li sozinho, até hoje tenho o seu nome guardado na mente e no coração, ele tinha o título "Menino de asas" (Coleção Vaga-Lume) - o livro conta a história de um menino que em vez de nascer com braços nasceu com asas e por isso ele vai tentar ao longo da sua vida vencer um preconceito imenso, e para sobreviver vai ter que sair de sua cidade natal - penso que assim como as asas do menino também sai da minha realidade e dei asas para a minha imaginação e aprendi a gostar de me aventurar nesse novo mundo que se formava na vida de um menino de 10 anos.
Depois o tempo foi passando e fui adquirindo o gosto pela literatura, hoje não me vejo longe dessa grande aventura que é escrever e ler aquilo que eu gosto, mas infelizmente nem sempre consigo satisfazer integralmente o meu desejo, pois as atribulações da profissão me conduzem para leituras obrigatórias e não para uma leitura descompromissada para satisfazer a minha vontade de voar como aquele primeiro livro que li. Sobre a escrita, morro de desejo de ser devorado como no depoimento de Rubens Alves "E se escrevo é na esperança de ser devorado pelos meus leitores", mas isso é um processo que demanda certa prática e , acima de tudo, um talento que percebo que ainda não tenho.



AGUIDA SUELI DARIA DA CUNHA

Meu primeiro passo para o incentivo ao gosto da leitura veio da infância. Meus pais não tinham dinheiro para comprar livros, haviam outras necessidades para suprir, uma vez ou outra líamos gibis. Lembro-me que quando criança, eu e meus cinco irmãos ficávamos sentados e nos acomodávamos no chão da melhor maneira que podíamos para ouvirmos histórias que mamãe nos contava: histórias literárias, reais ou até mesmo improvisadas, devido a tantas perguntas ela acabava até se enrolando nos improvisos. Imagine a confusão! Aquelas  histórias  me aguçaram de tal maneira que normalmente minhas brincadeiras eram de ser professora e acabava por ter as mesmas atitudes da mamãe. E o segundo passo ocorreu com estímulos e  cobranças vindo de  alguns professores nos meus anos letivos. Lembro-me da professora de português,  Ana, da sétima série, da qual  a cada bimestre tínhamos que compartilhar com a classe a  história lida  além de termos também  de relatar produções escritas variadas. E o terceiro  passo foi  "desejo de ler X necessidade" (já por eu ser professora). E foi através destes convívios que o sabor da leitura  alojou-se em mim. Portanto eu concluo que o comportamento leitor é ensinado e a nossa prática didática é que favorecerá este caminho. Abraços...



ANA CAROLINA LEAL FLUD

Na minha família todos sempre tiveram muito contato com a leitura, com isso tive bastante influência com meu avô que era apaixonado por Sir Arthur Conan Doyle o criador de Sherlock Holmes, Lewis Carrol o qual apaixonei perdidamente, as histórias de suas vidas, Lewis era um matemático e tinha insônia, criava então questões de raciocínio lógico e claro, Alice. Sou de São Paulo eramos do círculo do livro, esperava a cada mês chegar os livros para devorá-los...a leitura abre um campo de conhecimento de mundo,porém tive sorte da minha família todos terem esse costume da leitura.As histórias na minha infância sempre foram regadas com muito amor, adorava as histórias sem fim que contavam para mim. Deixo esse pequeno relato para registar para vocês com a frase dos irmãos Grimm "Os Contos infantis, com suas luzes e suaves, fazem nascer e crescer os primeiros impulsos do coração. São também Contos do Lar, porque neles a gente pode apreciar a poesia simples e enriquecer-se com sua verdade. E também porque eles duram no lar como herança que se transmite." Jakob e Wilhelm Grimm, 1812.

2 comentários:

  1. Caros colegas cursistas, li os depoimentos e vi que a maioria,como eu, teve dificuldades de acesso aos livros, porém houve estímulos através de histórias contadas por alguém. E atualmente, mesmo com as facilidades deste contato, percebemos em nossos alunos que eles leem pouco,pensam pouco e escrevem pouco.Percebemos o contínuo empobrecimento da linguagem no processo de formação dos estudantes. Percebemos o desinteresse massificado pela leitura. E nós professores temos o compromisso de associarmos saberes X sabores.Os saberes são conteúdos em si e os sabores são as formas de despertar o gosto pela leitura. E isso não é impossível. Não podemos favorecer o desenvolvimento de analfabetos, indivíduos incapazes de compreender o sentido dos textos, assim como o de expressar suas idéias de forma clara e consistente em escrita. ABRAÇOS...

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